Expoagro é palco da competição de julgamento morfológico do Cavalo Pantaneiro
Ao todo, 70 animais entre machos e fêmeas participaram da competição que elegeu os melhores exemplares da raça que é típica do Pantanal
A 56ª Exposição Agropecuária, Industrial e Comercial de Mato Grosso (Expoagro) reuniu os amantes e criadores do Cavalo Pantaneiro no julgamento morfológico da raça nos dias 17 e 18 de julho. Ao todo, 70 animais, entre machos e fêmeas, foram avaliados pelos juízes especialistas. A competição premia os melhores representantes da raça e faz parte da Semana do Cavalo Pantaneiro – uma das atividades da Expoagro.
O julgamento morfológico consiste em uma competição onde são avaliados os cavalos com idade de 6 a 72 meses, explica o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Cavalo Pantaneiro (ABCCP), Leandro Pio.
Durante o evento, os especialistas analisam a constituição física do animal, avaliando aspectos como andamento, garupa, cabeça, porte físico para procriação, trote, galope e condicionamento físico. Também são feitos exames na arcada dentária, pelagem, patas, cascos e crina – tudo que compõe o cavalo.
Mais de 18 criadores de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul participaram da competição. “Nós sempre participamos da Expoagro e neste ano deu certo da gente vir. Então, para nós, é muito importante porque aqui tem um espaço muito bom para o cavalo pantaneiro”, afirma Leandro Pio.
Os vencedores do concurso levam para casa um troféu de reconhecimento. Além disso, o animal tem seu valor de mercado valorizado com o novo título de campeão. Alguns dos cavalos que participaram da competição vão à leilão nesta sexta (19), de forma virtual, dentro da programação da Expoagro.
O criador Otávio Godoy levou dois prêmios para casa. Suas éguas Faceira e Enluarada venceram o primeiro e segundo lugares na categoria “égua”, respectivamente. Ele cuida dos animais no Rancho Tucura, em Poconé, e disse que desde novinhas as éguas já disputavam competições morfológicas.
“Pra gente é muito bom porque é o reflexo do nosso trabalho durante um ano inteiro. A gente prepara esses bichos em casa todos os dias. Começa de madrugada e vai até a noite. Ganhar ou participar no meio de tantos animais bons é gratificante. A gente convive com eles todos os dias. São nossa ferramenta de trabalho, nossa vida”, afirma Otávio.
Uma paixão que passa de geração em geração – Para Vitor Hugo Assis Moura, criar cavalos pantaneiros é muito mais do que um trabalho: é uma paixão que passa de pai para filho. Com propriedade rural em Poconé, a família de Vitor cria cavalos há mais de 40 anos. Após sete anos longe da competição, ele voltou a participar do evento.
“Criar cavalo é uma arte de amar. Não só o proprietário criador em si, mas principalmente o peão, que dedica 24h do seu tempo nesse trabalho – desde o nascimento do animal até o campeonato final, até ganhar o troféu. A vantagem de criar o cavalo é que atrai a família, é um ambiente gostoso, saudável. O cavalo pantaneiro é a raça da família”, diz Vitor Hugo, ao lado dos três filhos pequenos.
Com o cavalo Mustang, Vitor Hugo levou para casa o primeiro lugar na categoria para machos.
Um cavalo tipicamente do Pantanal – Tendo sua origem nos cavalos ibéricos trazidos ao Brasil na época da colonização, os pantaneiros se multiplicaram e se adaptaram muito bem às condições ecológicas do Pantanal, fruto de uma seleção natural que levou centenas de anos.
Reconhecido pela resistência, rusticidade, adaptabilidade e docilidade, o cavalo pantaneiro se destaca entre os criadores por ser forte na lida do campo e em provas esportivas. Em Mato Grosso, a raça vem sendo aprimorada anualmente devido ao trabalho de especialistas em aprimoramento genético e criadores reconhecidos nacionalmente.
Confira os vencedores
Grande Campeã (Fêmea 1º Lugar)
Faceira do Rancho Tucura
(Oderlino R. Godoy)
Reservada Grande Campeã (Fêmea 2º Lugar)
Enluarada do Rancho Tucura
(Oderlino R. Godoy)
Grande Campeão (Macho 1º Lugar)
Mustang do São Benedito
(Leandro Pio/ Vitor Hugo Moura/ Antônio Henrique Teixeira)
Reservado Grande Campeão (Macho 2º Lugar)
Sagitário do Cambarazinho
(Benedito Falcao Neto)